Em seu terceiro interrogatório, em 6 de junho de 2023 (P/7), o réu voltou à sua versão original e alegou que bebeu quatro cervejas e outra cerveja no caminho de volta para casa (P/7B, p. 14, parágrafos 32 e seguintes). Quando lhe disseram que havia escolhido dirigir e portar uma arma bêbado, o réu reduziu a quantidade que havia bebido e respondeu: "Umas cervejas, não bêbado e nada" (P/6B, p. 40, s. 2).
Em seu depoimento no tribunal, o réu novamente reduziu a quantidade que bebeu, quando alegou em seu contra-interrogatório que bebeu 3-4 garrafas de cerveja em casa e outra cerveja no caminho para casa (p. 567 do Prot., parágrafos 5-8).
- Ele não passou despercebido porque, segundo o réu, bebeu essa quantidade de álcool por várias horas, durante a tarde. No entanto, não há contestação de que essa é uma quantidade considerável que o réu bebeu ao se deslocar para o incidente e que, ao final das contas, na prática, a concentração de álcool encontrada no réu é alta. Na minha opinião, o fato de o réu ter escolhido conscientemente dirigir o veículo mesmo estando desqualificado para dirigir e depois de beber várias latas de cerveja e até continuar bebendo enquanto dirigia, indica sua discricionariedade no momento relevante. Nesse contexto, deve-se notar que o próprio réu também testemunhou que, até aquele dia, ele havia se abstido de dirigir por muito tempo, devido à sua desqualificação para dirigir. Nesse contexto, veja a resposta do réu em seu primeiro interrogatório policial, quando foi questionado sobre isso:
"Investigador nº 1, Gil Alon: Me diga o que era urgente para você sair e dirigir o carro?
Interrogado, Dennis Daniel Mukin: Não, é só bobagem
Pesquisador nº 1, Gil Alon: O que é só bobagem?
Interrogado, Dennis Daniel Mukin: Não, não havia nada urgente. Só
Pesquisador nº 1, Gil Alon: Houve algum problema?
Interrogado, Dennis Daniel Mukin: Não, não houve problema, não houve nada, tudo estava bem. É só que... Não sei,, a primeira vez que sou negativo em três anos, a primeira vez que dirijo, mas ah... Não sei, não havia nada urgente."